domingo, novembro 19, 2006

Oração a Nossa Senhora da Imaculada Conceição

Virgem Santíssima, que fostes concebida sem o pecado original e por isto merecestes o título de Nossa Senhora da Imaculada Conceição e por terdes evitado todos os outros pecados, o Anjo Gabriel vos saudou com as belas palavras: "Ave Maria, cheia de graça"; nós vos pedimos que nos alcanceis do vosso divino Filho o auxílio necessário para vencermos as tentações e evitarmos os pecados e, já que vós chamamos de Mãe, atendei-nos com carinho maternal e ajudai-nos a viver como dignos filhos vossos. Nossa Senhora da Conceição, rogai por nós.

quarta-feira, novembro 01, 2006

As devoções da Alexandrina

A Alexandrina foi alma de muita oração. Laurinda Maria da Silva ainda hoje o recorda: "Vi-a muitas vezes, quando novita, na companhia da Josefa A. de Sousa (chamavam-lhe Josefinha-Escola por morar na escola, pois tinha um irmão que era professor) que era a catequista da freguesia. A atitude dela, quando rezava, era de pessoa de muita devoção".
Mas não basta a oração para despertar e alimentar a verdadeira fé. É indispensável a palavra de Deus. Conforme declara S. Paulo, a fé vem pelo ouvido. Ora, na sua autobiografia, a Alexandrina diz-nos: "À volta dos seis anos, comecei a frequentar a catequese". E foi de tal modo diligente que bem cedo a admitiram à 1.a comunhão. Felismina da Silva Pereira esclarece: "Naquele tempo só costumávamos abeirar-nos da Eucaristia aos nove anos. Entretanto a Alexandrina foi admitida aos sete".
Cerca dos doze anos, escolheram-na para catequista. Cândido Manuel dos Santos apreciou do seguinte modo a sua actuação nesse cargo: "Tinha tal jeito para tratar com crianças e falar-lhes nas coisas de Deus que elas fugiam frequentemente das outras catequistas para se juntarem ao grupo das alunas da Alexandrina".
Não é pois de admirar que, mais tarde, as suas palavras tenham um acento capaz de comover os corações e arrancar lágrimas aos mais endurecidos. A Sr.a D. Maria Prata, escreveu a tal respeito: "Nunca ouvi nenhum sacerdote falar com tanta eloquência sobre a Providência e Bondade de Deus".
E a Irmã Alda dos Santos Martins afirmou: "Às suas palavras, sentia que o amor de Deus penetrava em nossos corações".
A professora Maria Alice G. dos Santos também afirmou: "A sua maneira de falar de Deus causave-me uma impressão muito profunda. Notava-se que era uma alma que vivia em Deus e de Deus".
E esta graça, que é a palavra de Deus, sempre a Alexandrina procurou proporcioná-la à sua paróquia. Eis o que ela própria disse em 3 de Novembro de 1950: "Está a correr a santa missão. Só com os olhos em Jesus e nas almas, só pela salvação destas e glória do Senhor eu fiz tudo para conseguir esta graça para a freguesia. E o prémio do meu esforço tem sido dor tormentosa para o meu corpo e para a minha alma. Meu Deus, meu Deus, não sei exprimir-me. Ô meu Jesus, sou a Vossa vítima; aceitai-me tudo isto para a santificação desta terra, para o fruto desta missão!".
A irmã da Serva de Deus confirmou e completou esta notícia: "A Alexandrina pagou as despesas pela despesa de duas missões na freguesia; ao menos uma vez, que eu me lembre, pagou a pregação quaresmal aos domingos. Não posso precisar o número de raparigas a quem ela pagou as despesas do retiro espiritual".
Na presença das irmãs, Deolinda Domingues de Azevedo testemunhou: "A Alexandrina, ao saber que nós vivíamos com dificuldades, pagou-nos duas ou três vezes o retiro espiritual em Fátima".
Também uma mãe de família, Belmira Martinis de Sá Faria, contou: "Em certa ocasião, duas das minhas filhas manifestaram o desejo de tomar parte num retiro espiritual em Braga. O meu marido não estava disposto a deixá-las ir. Então, vim ter com a Alexandrina pedindo-lhe para ela obter do meu marido a suspirada licença. Ela prometeu e cumpriu, enviando a seguinte carta a meu marido:
"Senhor Camilo:
A minha primeira intenção era pedir a fineza de vir aqui para lhe fazer um pedido. Pensei e, para lhe não dar tanta maçada, faço-o por escrito. È o seguinte: queria que deixasse ir a Maria e a Judite para Braga, assistir a um retiro realizado no colégio do Coração Imaculado de Maria, que princípia no día 27 à noite e acaba no día 31 de manhã.
Pode dizer-me que lhe fazem falta, mas se elas estiverem doentes tudo se remedeia. Não se preocupe com dinheiro porque o Menino Jesus há-de pô-lo no sapatinho. É preciso cuidarmos a sério da salvação da nossa alma e tudo é pouco para todos. Mande-me uma resposta favorável, diga-me que sim, porque isso me alegra, consola Jesus e a Mãezinha do Céu".
Quem poderia responder "não" a uma carta tão ponderada?
De há muito que a Alexandrina pensava, com tristeza, no grande número de pessoas da freguesia que, por velhice ou doença, nunca podiam ir ouvir a palavra de Deus, a palavra que tanto bem poderia fazer às suas almas. Pois não descansou enquanto não conseguiu para a igreja paroquial um sistema de microfones e altifalantes, assim tornando possível a todos, ainda aos mais afastados, a participação nos funções religiosas que alise realizavam.

P. Humberto M. Pasquale, S.D.B., Eis à Alexandrina, 1967